BRASÍLIA – O Ministério das Relações Exteriores da Itália recebeu, nesta quinta-feira (12), do embaixador do Brasil em Roma, Renato Mosca, o pedido de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Condenada a 10 anos de prisão pela invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Agora, o destino de Zambelli depende do judiciário italiano, que analisará o pedido do governo brasileiro. Não há prazo definido para uma decisão. A deputada anunciou em 3 de junho que deixou o Brasil, com destino à Itália, por ter cidadania italiana. Em entrevistas, afirmou que isso lhe garantiria a liberdade.

Com o anúncio de Zambelli, por meio do Youtube, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a prisão preventiva dela. Na semana ada, a Primeira Turma do STF rejeitou por unanimidade um recurso da deputada. Com isso, a sentença ou a ter trânsito em julgado, e Moraes decretou a prisão definitiva.

Ao decretar a prisão preventiva, Moraes pediu a inclusão do nome de Zambelli na lista de difusão vermelha da Interpol. Ela ainda responde a um processo por porte ilegal de arma de fogo perseguir, armada, um homem na véspera das eleições de 2022. Nesse caso, já há maioria no STF para condená-la. O julgamento está suspenso por um pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques.

Motta manda pedido de cassação para CCJ da Câmara

Também nesta quinta, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a ordem de Moraes para cassar o mandato de Carla Zambelli. 

Na CCJ, a deputada poderá apresentar a sua defesa em um prazo de até cinco sessões. Em seguida, a comissão tem o mesmo prazo para emitir um parecer favorável ou contrário à perda do mandato da deputada. Após votação, a decisão a por análise do plenário da Câmara. É necessária a maioria absoluta dos deputados – 257 votos.

Ainda nesta quinta-feira, Motta comunicou ao Supremo que bloqueou o ree de verbas ao gabinete de Zambelli. Na mesma decisão que mandou prender a deputada, Moraes determinou a suspensão dos “vencimentos e quaisquer outras verbas” destinadas ao gabinete dela.