Mineira Janamô entra em ‘Dona de Mim’ e fala sobre personagem: ‘Sobrevive com arte, afeto e humor'

Após participar das novelas “Mania de Você” (2024), “Elas por Elas” (2023) e “Vai na Fé” (2023), todas da Globo, a atriz e cantora mineira Janamô está de volta à teledramaturgia da emissora carioca. Ela fará uma participação especial em “Dona de Mim”, atual folhetim das sete, e poderá ser vista na telinha a partir do capítulo previsto para ir ao ar neste sábado (14), com uma personagem que, segundo ela, a faz se reconectar e reviver sua história profissional, que começou em Belo Horizonte.

Na trama escrita por Rosane Svartman, Janamô interpreta Higuy, uma artista popular, divertida e cheia de improviso que reencontra Filipa, vivida por Cláudia Abreu. “A Higuy é uma artista com o gingado da sobrevivência. Uma mulher que faz o corre com humor, afeto e talento. Ela tem carisma de sobra e múltiplas habilidades para animar o mundo ao seu redor, enquanto tenta manter o próprio mundo em equilíbrio. Quando reencontra Filipa no metrô, nasce uma parceria potente; são duas artistas que decidem empreender com o que têm de melhor: sua alegria e criatividade”, explica a multiartista mineira, que na novela também atua com os atores Tony Ramos e Thardelly Lima. 

Cria do bairro Esplanada, na região Leste de Belo Horizonte, Janamô conta que Higuy a faz se reconectar e reviver sua história profissional, que tem mais de 30 anos. “O convite veio como uma oportunidade de ar o repertório de palhaçaria da atriz mambembe que mora em mim, reviver a atriz que fez teatro de rua com o Grupo Galpão, que vendeu poesia no metrô, que animou eventos vestida de personagens. Eu realmente tenho essa vivência que a Higuy exigia”, ressalta.  “É uma personagem que sobrevive com arte, afeto e humor, exatamente como tantas artistas brasileiras reais”, conta.

A atriz também destaca as semelhanças que há entre ela e sua personagem em “Dona de Mim”. “Higuy e eu somos artistas que não esperam pelo palco ideal, a gente cria o nosso. Eu também sou dessas que inventam caminhos com o que têm nas mãos, que levantam projetos, shows, eventos, clipes, oficinas. Assim como ela, danço conforme a música, mas também componho a trilha”, cita.

“A diferença talvez esteja no momento da jornada. Eu venho estruturando meus projetos com estratégia, propósito e estética há mais tempo”, observa Janamô. “Higuy tem esse mesmo potencial criativo, mas ainda está no improviso cotidiano; o que também é uma forma linda e legítima de genialidade. Estamos em momentos diferentes da caminhada, mas nos reconhecemos no mesmo chão criativo”, frisa a multiartista.

“Dona de Mim” é o terceiro trabalho da mineira com a autora Rosane Svartman - antes, a parceria delas foi na novela “Vai na Fé” e no filme “Descontrole”. Trabalhar com a Rosane é sempre transformador. Ela tem uma escuta rara, escreve com afeto e potência, e cria personagens complexas que dialogam diretamente com a vida. Eu me sinto desafiada e, ao mesmo tempo, muito respeitada como atriz. É inspirador fazer parte do universo dela, especialmente quando as histórias abrem espaço pra mulheres pretas contarem suas próprias versões do mundo”, elogia. 

Além da novela, Janamô segue tocando outros projetos artísticos: “Sigo com o desenvolvimento do ‘Código Ancestral – O Futuro é Retorno’, projeto autoral que envolve EP visual, clipes e performances ao vivo; também estou à frente da Kazamô, um hub criativo afroreferenciado em Belo Horizonte, que abriga residências artísticas, eventos e vivências; e me preparo para voltar aos palcos com o espetáculo ‘Elza’, em homenagem a Elza Soares”.